O artista Tomás Cunha Ferreira, em conversa com a curadora Ana Anacleto
24 de Junho 2024 às 18h30 nos estúdios da RAMA.
Tomás Cunha Ferreira vive e trabalha em Lisboa.
O seu trabalho combina vários suportes, numa prática em circuito aberto, que funcionam como protótipos que podem assumir várias fases e estados – partituras, notações, poemas visuais, pinturas, objectos, etc. Cada obra resulta numa figura híbrida condensada, cuja leitura está em constante transição entre elementos visuais e elementos rítmicos ou sonoros. No seu texto “Entre a Poesia e a Pintura”, de 1965, o monge beneditino e poeta Dom Sylvester Houédard utiliza os termos “logos” e “ícone” como significantes mais amplos da palavra e da pintura. Percorrendo uma cronologia histórica da relação entre logos e ícone, desde os artefactos primitivos até aos panfletos dos anos 60, Dom Sylvester Houédard propõe termos como “quase-pintura”, “quase-palavra”, ou mesmo “quase-letra”, entendidos como ganchos programáticos abertos em constante redefinição.
O objetivo destes termos compostos é programático e as suas premissas procuram abalar a existência da palavra e da pintura como matérias separadas, dando lugar a zonas de livre circulação e de não separação entre texto e imagem, entre poesia e pintura, entre logos e ícone. Como irmãos separados à nascença, logos e ícone são resgatados através desta árvore genealógica enviesada elaborada por Houédard.
Exposições individuais e coletivas recentes:
Galho da Goiabeira, Alfaia, Loulé (2024); Mistifório, Culturgest, Porto (2023); Pequenos Fogos, com José Leonilson, Brotéria, Lisboa (2022); Footnote 15: Um Protótipo, Galeria Boavista, Lisboa (2022); Desdesenho, Gabinete de Desenho do Museu da Cidade, Porto (2021); Panapanã, Galeria Athena, Rio de Janeiro (2019); As Is, Galeria Emmanuel Barbault, Nova Iorque (2019); Group Performance na The Emily Harvey Foundation (com Weronika Trojanska, Jeff Perkins, Diego Leclery, David Zuckerman), Nova Iorque (2019).